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Dia da Consciência Negra e as suas pautas de lutas

O Quilombo dos Palmares foi o aglomerado de comunidades de negros fugitivos que estabeleceu uma maneira de resistência ao sistema escravista implantado pelos portugueses. Nas matas úmidas ao norte da atual Alagoas e ao sul de Pernambuco, a comunidade de negros residia em mocambos e abrigava os negros fugitivos do trabalho escravo nas plantações de cana, além de índios desaldeados e brancos pobres e mestiços – os excluídos.

O território do Quilombo dos Palmares constituía no século XVI o espaço das velhas matas reais, voltadas à exploração de madeira para a construção naval. Nesse espaço se formaram diversos comunidades de negros que residiam em mocambos, sendo o Quilombo dos Palmares a reunião dessas comunidades de negros nesse território.

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Parque Memorial Zumbi dos Palmares em União dos Palmares. Foto: Reprodução.

A historiografia acerca dessas comunidades revela que os negros que fugiam do trabalho escravo, assim como brancos pobres e índios sem aldeias – uma gama de gente pobre nas matas – sobreviviam da plantação da batata doce, do cará, da mandioca, assim como da pesca e da caça.

Com o tempo, essas comunidades se estabeleceram e se organizaram, despertando a preocupação do Estado Colonial, vez que no próprio território geográfico da plantation se formava uma nação de negros econômica, política e culturalmente organizados.

Portugal, assim, sistematizou uma maneira de combater as comunidades quilombolas que se formavas nas matas, que ficou historicamente conhecida como “Grande Empresa”, representada no Brasil pelos senhores de terras e financiadas pelo capital de empresários europeus e doação de dinheiro de senhores de terras e de engenhos no Brasil.

A contraprestação seria a doação de sesmarias no território conquistado, além da venda de escravos capturados.

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Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares. Foto: Reprodução.

Zumbi foi o responsável pela formação e a organização de uma nação negra com objetivos políticos diferentes do sistema escravista voltado à exploração da cana de açúcar. Ele não aceitou o acordo do seu parente Ganga Zumba com o governo de Pernambuco e sistematizou o maior território de enfrentamento e de resistência à exploração da escravidão nas Américas.

O Dia da Consciência Negra, comemorado no dia 20 de novembro, em homenagem a morte de Zumbi, em 1695, é feriado nacional (em Alagoas é feriado estadual desde 1995), e lembra que as lutas da comunidade negra não devem parar, devem ser ampliadas em todas as direções.

Assim, as lutas por melhores condições de vida, principalmente para os segmentos sociais engenhosamente excluídos, devem ser permanentes e não pode ser diferente no espaço geográfico e social da cidade de Colônia Leopoldina.

Os seu núcleo populacional inicial foi constituído para a reproduzir as condições de vida impostas pela mentalidade da oligarquia da cana de açúcar (hoje adstrita às instalações usineiras e à prefeitura), que a população cabana remanescente teimava em desarticular ao longos das décadas.

Em suma, o Dia da Consciência Negra tem o significado de renovação permanente das pautas da luta da população negra e excluída.

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