Papinazo em um papo de ponta!
Falar do brioso Papinazo é quase um elogio a alguma divindade. Assim era como muita gente boa, gente de estirpe o via. Segundo a opinião geral, ele representava a honestidade e a moralidade que são prezadas, linguisticamente, por todo mundo.
Entretanto, havia uma maldição sobre Papinazo, dizia a vizinhança. Os amigos o tinham como uma cópia perfeita do Ingênuo de Voltaire, quando diziam entre si: “É um otário!”.
Certo dia se ofendeu quando uma amiga insinuou que a vida dele era certinha demais, dizendo: “Transa. Basta transar. Verás como a vida será mais proveitosa”. Deu de ombros e disse:
— Pra cima de mim? Se transar fosse o apanágio para os problemas da existência, nenhuma atriz pornô teria depressão.
Dizem que ela quis rebater:
— Meu caro, sou tua amiga, poxa! E se quiser te arrumo uma amiga que é profissional. Viva a vida, rapaz!
Brabo que só a peste, disse:
— Achas mesmo que a vida é isto mesmo, hein? Precisamos é mais de bibliotecas e igrejas e não de sexo.
Comentam que a amiga saiu de queixo caído, afirmando para algumas pessoas: “Papinazo tá é doido com esta conversa de melhorar a humanidade. Vá ele nesta toada que vai é pra ponta de boi logo, logo”.
*Conto da Série “Os dramas de Papinazo”, publicado, originalmente, em 03 de dezembro de 2018.
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